Mantega dá 'tchau' com pelo menos uma batalha vencida, diz 'Financial Times'
SÃO PAULO - O ex-ministro da Fazenda, Guido Mantega, deu "tchau" para o seu antigo emprego, após mais de oito anos no cargo, com algumas pendências. Porém, segundo o blog do jornal "Financial Times", ele tem pelo menos um motivo para sentir-se bem.
"Enquanto a economia é apenas uma sombra de quando ele assumiu o cargo, há oito anos, ele parece ter conseguido pelo menos um grande feito político --a sua campanha para enfraquecer a moeda do Brasil, o real", afirma o jornal.
O blog diz, ironicamente, que o homem que usou o termo "guerra cambial" parece ter vencido a batalha para enfraquecer a moeda brasileira em face de uma maré de dinheiro estrangeiro especulativo.
O real se desvalorizou mais de 12% no último ano, ficando perto de R$ 2,70 por dólar, muito acima do que quando atingiu seu pico, em 2011, valendo entre R$ 1,50 e R$ 1,60 por dólar.
O termo guerra cambial foi usado por Mantega após os EUA darem início a um programa de estímulo econômico que colocou bilhões de dólares no mercado internacional e fez com que as outras moedas se valorizassem --incluindo no Brasil--, prejudicando as exportações dos países. A presidente Dilma Rousseff chegou a chamar o fenômeno de "tsunami monetário".
O blog questiona: será que o real cairá ainda mais ou já encontrou o seu valor justo? Mantega pode pendurar as chuteiras com satisfeito por um trabalho bem feito, pelo menos nesse sentido? Segundo analistas ouvidos pelo "FT", ainda há mais espaço para o real cair.
Conforme destaca o economista e diretor de pesquisas para a América Latina Alberto Ramos, o dólar tem o seu "valor justo fundamental" de cerca de R$ 3,10 a R$ 3,20. Ou seja, a moeda americana deve se valorizar ainda mais.
"A boa notícia para Mantega, no entanto, é que, se você não pode vencê-los, junte-se a eles. Enquanto ele pode não ter conclusivamente ganhado a guerra cambial, pelo menos agora ele tem o tempo livre para aproveitar o real relativamente forte e ir a Nova York para fazer algumas compras. Mas é melhor fazê-lo em breve, antes que seu sucessor, Joaquim Levy, e sua nova equipe termine o trabalho para ele", conclui o blog.
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